Distúrbios alimentares: anorexia atinge de 0,5 a 1% e bulimia chega a 4,2% das mulheres
Cerca de 90% das vítimas de transtornos alimentares são mulheres
Falta de vontade de comer, emagrecimento extremo ou compulsão por alimentos podem ser sinais de transtornos alimentares como anorexia e bulimia. E as mulheres representam cerca de 90% das quatro em cada cem pessoas que sofrem de bulimia.
A obsessão com a magreza e a busca desenfreada pelos padrões comerciais de beleza são as principais causas dos transtornos alimentares. Problemas familiares e depressão também podem desencadear esses problemas. A anorexia é a rejeição do alimento pelo organismo, enquanto a bulimia é compulsão por comer, seguida de sensação de culpa, que leva à compensação inadequada, como provocar vômito ou tomar laxantes.
De acordo com a Associação Brasileira para estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), cerca de 0,5 e 1% da população feminina mundial sofre de anorexia, enquanto a bulimia atinge até 4,2%, mas os dados não são exatos, uma vez que nem todo mundo procura tratamento nos estágios iniciais dos transtornos. Por isso, 5% a 18% dos pacientes anoréxicos acabam vindo a óbito, enquanto a bulimia pode evoluir para câncer no esôfago como consequência das lesões causadas pelo vômito.
Para o diagnóstico precoce e a instituição do tratamento, é fundamental a presença de um Nutrólogo.
“Os sintomas da anorexia, em geral, envolvem perda de apetite, magreza extrema e distúrbio de imagem – quando a pessoa passa a se ver sempre gorda. Já a bulimia se caracteriza por práticas purgativas, como indução de vômito, uso de laxantes e diuréticos”, esclarece o especialista em Nutrologia , dr. Wellington Reis.
Demora no diagnóstico
Uma das maiores dificuldades para realizar o diagnóstico de transtorno alimentar é a falta de informação. A desinformação até dos profissionais da saúde foi o maior inimigo de Josefa e Henrique, pais de Safira*, que aos 13 anos só foi diagnosticada com anorexia depois de 3 meses de consultas e exames.
“Falta informação para as pessoas e por isso quando a gente consegue detectar, o transtorno já está muito avançado. Nós ainda tivemos a sorte de detectar em Safira no início, mas só depois de passar por clínico geral, gastro e depois de fazer muitos exames que nunca davam nada. Até que conseguimos um encaminhamento para o psiquiatra e foi imediatamente detectada anorexia”, contou Henrique, que afirmou que desde a internação da filha, no fim de junho, ele e a mulher quase não tem trabalhado para assegurar a continuidade do tratamento de Safira.
Prevenção
Segundo o dr. Wellington Reis, a melhor forma de se prevenir contra distúrbios alimentares é conhece-los. “É preciso observar os primeiros sinais e garantir que as pessoas sejam conscientizadas. A informação é uma arma fundamental na prevenção, e o tratamento é multidisciplinar, envolvendo psiquiatras, psicólogos e nutrólogos ou clínicos”, assinala o médico.
Além disso, cuidar da alimentação e manter a prática regular de exercícios pode ajudar na valorização do próprio corpo e a combater o estresse ou princípio de depressão. Fazer uma crítica aos padrões de beleza estabelecidos pela mídia também é importante.
*Os nomes são fictícios para resguardar a integridade da família